“Ora, o que dizes?” (João 8:5).
O evangelista João relata um fato, em seu Evangelho, não apresentado por nenhum outro escritor da Bíblia Sagrada. Trata-se de um cenário de Juízo estabelecido dentro de um templo religioso, onde JESUS fora ali para ensinar aos presentes.
De repente, eis que aparecem, em Sua frente, homens ávidos por cumprirem a lei permissiva de Moisés, relativa ao adultério. No centro, uma pobre mulher, flagrada no ato sexual ilícito, talvez levada à presença de JESUS no mesmo estado em que foi pega, sem roupas, suja, tanto no corpo como no espírito, sem chances de reação, sem esperança de regeneração. Prestes a morrer, a mulher adúltera não esboçava nenhuma reação, pois acreditasse não haver saída alguma para a sua prática pecaminosa.
Do coração dos tais homens escribas e fariseus ecoava um som de satisfação interior pela condenação dos que eles considerassem perdidos: “Apedreja! Apedreja!”. Anos mais tarde, Aquele, a quem eles não consideravam o Filho de DEUS, também ouviria o mesmo som condenatório de suas bocas: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Tinham essa atitude costumeira pelo fato de se auto-avaliarem exímios cumpridores das leis judaicas, ou seja, justificados pelas letras da lei, perfeitos, santos, imaculados. A pobre mulher fora levada ao “juízo” exatamente por ser transgressora de um ponto da lei. E JESUS fora escolhido para dar o veredito, não porque eles O considerassem Juiz, mas com a intenção espúria, mais uma vez, de testá-LO, de envergonhá-LO, de provar de que ELE não era o Messias que os judeus tanto esperavam (pois JESUS pregava um ensino radicalmente diferente da doutrina que eles ensinavam). Digo mais uma vez, porque, em outras inúmeras ocasiões, agiram com a mesma malícia e malignidade. O livro de Mateus registra uma dessas intenções maliciosas deles em relação a JESUS: “Então vieram a Ele os fariseus para testá-Lo…” (Mateus 19:3).
De um lado, JESUS; do outro, os escribas e fariseus, cada qual segurando a sua pedra; e, no meio, o objeto de condenação: uma mulher adúltera. Quantas vezes, nos dias atuais, nos comportamos como fariseus ao vermos alguém cometendo algum pecado? Aliás, muito do que havia no coração dos fariseus e escribas no passado, ainda hoje existe nos corações de pessoas que se consideram cristãs. Não são poucos os que querem ser santos segurando uma pedra em uma das mãos, esperando uma oportunidade de atirá-la contra alguém.
Uma mulher, quase perdida, diante de JESUS CRISTO. E os homens, de duro coração, perguntando-O ironicamente: “Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério. Na lei nos ordenou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Ora, o que dizes?” (João 8:4-5). Eles se reportaram claramente ao que estava escrito em Levítico: “Se um homem cometer adultério com a mulher do seu próximo, ambos, o adúltero e a adúltera, certamente serão mortos” (20:10). Também não era a primeira vez que esses fariseus tentavam colocar JESUS, o Filho de DEUS, contra aquilo que Moisés, como homem de DEUS, permitiu. No capítulo anterior citado em Mateus, há outra tentativa igual a essa: “Perguntaram-lhe: então por que mandou Moisés dá-lhe carta de repúdio e repudiá-la?” (19:7). Era uma artimanha explícita e audaciosa de confrontar a autoridade de JESUS com a de Moisés. Um dos dois deveria sair desmoralizado nessa história: ou Moisés, com quem DEUS falava face a face e a quem o SENHOR deu os seus mandamentos; ou JESUS, o único Filho que DEUS enviou ao mundo para salvar os que creem. A intenção era essa: de desmoralizar. E, claro, como eles eram seguidores fiéis das leis judaicas, JESUS era quem deveria sair envergonhado nessa causa.
Será que JESUS vai cumprir o que determinava a lei judaica sobre adultério? Será que a aliança de salvação, que DEUS fez com aquela pobre mulher, desde a fundação do mundo, estaria quebrada por conta do adultério que ela cometera? O que JESUS dirá? Como se posicionará diante de grave fato?
No versículo seguinte, o evangelista João nos alerta sobre a intenção daqueles homens fariseus: “Eles usavam esta pergunta como uma armadilha, para terem de que acusá-lo. Mas Jesus se inclinou e começou a escrever na terra com o dedo” (8:6). Ou seja, está claro, nas palavras de João, que nenhum cristão nos dias atuais deve se posicionar do lado dos fariseus e escribas, nem atentar para as suas leis. Observe o que o apóstolo Paulo escreveu: “Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito; e não na velhice da letra” (Romanos 7:6); “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus. Não que sejamos capazes, por nós mesmos, de pensar alguma coisa, como se partisse de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos fez capazes de ser ministros de uma nova aliança; não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. (…) E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face para que os filhos de Israel não fitassem o fim daquilo que desvanecia. Mas os seus sentidos foram embotados, pois até hoje, à leitura da antiga aliança, permanece o mesmo véu. Não foi removido, porque somente em Cristo é ele abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando um deles se converte ao Senhor, então o véu lhe é tirado. Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor há liberdade” (2 Coríntios 3:2-6; 13-17).
Irmãos, precisamos meditar profundamente nisso que o apóstolo Paulo nos ensina. Há muitos líderes, em diversas denominações, citando o nome de JESUS, mas ensinando a letra morta, o velho ensino que, em CRISTO, foi sepultado. Uma das maiores bandeiras dos fariseus era a possibilidade, segundo a lei antiga, de repudiar o cônjuge, ou por ter cometido fornicação antes do casamento ou por qualquer outro motivo. E, assim, eles mantinham relação sexual com qualquer outra mulher que quisessem. JESUS condenou essas atitudes. Nós também, como Igreja do SENHOR, devemos condenar.
Mas, JESUS, diante de todos, naquele cenário de Juízo, demonstra indiferença. Fica em silêncio e começa a escrever no chão, provando que o questionamento deles era por demais insignificante. JESUS não queria respondê-los. Talvez viu que eles não eram dignos de nenhuma resposta. Porém, com o atrevimento que lhes era peculiar, voltaram com a mesma pergunta: “Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério. Na lei nos ordenou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Ora, o que dizes?”
JESUS, então, dirige o seu olhar aos acusadores presentes para, logo em seguida, confrontá-los: “Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se novamente, escrevia na terra” (João 8:7-8). NOSSO SENHOR ensina que nenhum de nós tem autoridade espiritual de acusar ninguém, ainda que se tenhamos provas materiais contra a pessoa, objeto de acusação. O dever de uma pessoa cristã é servir em amor; nunca acusar. Não fomos feitos juízes, mas servos. Juiz é apenas um: DEUS. No evangelho de Mateus, JESUS nos alerta sobre esse perigo: “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:2). Tiago bem confirmou essas palavras: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tiago 2:13). JESUS disse aos fariseus que eles seriam apedrejados com as mesmas pedras com que queriam apedrejar a pobre mulher adúltera; e que o juízo deles seria impiedoso, pois misericórdia não tiveram com a mulher nem com nenhuma outra pessoa. João Batista, na hora em que estava batizando, alertou também sobre o juízo futuro dos fariseus: “E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” (Mateus 3:7).
Porém, JESUS ordenou: “Atirem a primeira pedra quem nunca pecou!”. Em outras palavras: “Sintam-se livres para atirar pedras contra ela, as pessoas que, aqui, não tiverem pecado”. Como aquela mulher adúltera foi amada por JESUS! O Filho de DEUS a amou de uma maneira tal, que não é possível a nenhum escritor definir com perfeição a grandeza a plena extensão desse Amor. JESUS a amou! JESUS ama todo aquele que comete pecado e que vai, de uma forma ou de outra, ao encontro DELE. Certamente, aquela mulher não queria deixar de ser adúltera, muito menos ir à presença de JESUS. Se alguém lhe perguntasse: “olha, JESUS te ama! Você quer abandonar o adultério e receber vida nova em CRISTO?”, certamente a resposta dela seria: “não! Muito obrigada. Não quero. Minha vida está muito boa e eu já tenho JESUS na minha vida desde que eu nasci”. A prática do pecado aprisiona o indivíduo, cega-o espiritualmente, não o fazendo enxergar o caminho de morte que ora percorre. Aquela mulher não queria JESUS. Ela foi levada forçosamente à presença de JESUS. Mas o SENHOR nos ama de um jeito ou de outro, querendo ou não querendo ser amado por ELE.
Ao invés de pedras, JESUS amou. ELE conhecia profundamente a alma e o coração daquela mulher, sabia que, liberta, faria toda a diferença no reino de DEUS. E fez. Ela foi a primeira mulher a quem JESUS apareceu depois de ressuscitado. JESUS ama os humildes de coração, os contritos, quebrantados. Mas não tolera os de coração duro, acusadores, aqueles que saem por aí a proclamar os erros dos outros: “Quando ouviram isto, foram-se retirando um a um, a começar pelos mais velhos, até que ficou só JESUS e a mulher no meio onde estava” (João 8:9). O juízo contra aquela mulher fora desfeito com uma só frase dita pelo Filho de DEUS. E, assim, aquela mulher ficou a sós com o MESTRE.
“Jesus endireitou-se e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse Jesus: nem eu também te condeno. Vai e não peques mais” (João 8:10-11) (grifo meu). Imagino JESUS diante daquela mulher, com voz mansa, suave, repleta de amor e de carinho, chamando-a de mulher. Não foi um “mulher” grosso, ríspido, de acusação. Mas um “mulher” amável, doce, como quem diz: “ filha minha ou filha amada”. É assim que JESUS trata a todo aquele que O reconhece por SENHOR e SALVADOR da sua vida: ELE trata como filho e amigo, perdoa os pecados, liberta-o e dá a vida eterna.
Com um detalhe fundamental: a pessoa segue a vida liberta dos pecados que a aprisionavam. Não se pode querer JESUS, receber o AMOR DE DEUS e continuar na prática do pecado. Segundo casamento de uma pessoa divorciada para JESUS é adultério (Marcos 10:11-12, Lucas 16:18). A aliança do casamento só é desfeita na morte de um dos cônjuges (Romanos 7:2-3 e 1 Coríntios 7:39). A adúltera, da beira da morte, recebeu a vida eterna e passou a ser seguidora de CRISTO.
O AMOR DE CRISTO liberta, O AMOR DE CRISTO cura, O AMOR DE JESUS nos impede de desistirmos de qualquer vida, por mais miserável que seja. O AMOR DE DEUS nos constrange a amar o próximo de uma maneira diferente: mesmo magoados, feridos, ofendidos, decepcionados, frustrados, repudiados, devemos AMAR e, através desse AMOR, estabelecer uma aliança de promessa de reconciliação na vida daquele que nos fez muito mal. Que DEUS nos abençoe! Jesus ama sua vida e tem em você uma esperança!!!
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Cuidado com as pedras que você joga!!! Dia 20-05-2013. Segunda-feira.
Eu fiz esse blog para compartilhar experiências da minha vida e da palavra de Deus e poder ajudar as pessoas a terem alguma direção em que possam confiar e crescer na vida como filhos ou filhas de Deus e não como escravos dos problemas, dificuldades, de familiares, das circunstâncias e que aprendam que ao conhecerem Deus e suas palavras o resultado será vitória, honra, virtude e bençãos sem medida, porque Deus é fiel!!
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